Gastei 500 euros no carro 🚗 num mês
Um carro é quase um bem essencial em Portugal. Mesmo nas zonas urbanas em que existe alguma oferta de transporte público, muitas pessoas vêem o carro como independência e flexibilidade para irem a qualquer lado sem esperar por ninguém.
Eu vejo o carro com essa independência e flexibilidade…mas também como um centro de gastos!
Tenho de o sustentar: gasolina, portagens, seguro, IUC, estacionamento, revisões, inspecções, limpeza. Eu adoro o meu carro, mas sempre que gasto mais umas dezenas de euros de uma vez, penso como seria bom viver num sítio em que é possível fazer tudo a pé e de transportes públicos.
Este ano, já gastei centenas de euros no carro, porque os imprevistos acontecem!
O meu carro tem oito anos, por isso foi fazer a inspecção. Passou. A partir de agora, é todos os anos, 38 euros para dizerem que está tudo bem. Fiz uma revisão com a marca para ver se estava tudo bem e estava. Pronto, mais 300 euros.
Penso que está tudo bem. Se foi à oficina, não deve ter problemas.
Andou uma semana tranquilo. Um dia, o carro estacionado não liga.
Algum problema com os travões. Liguei ao reboque, era um problema de bateria. O senhor lá me ajudou, ligou a bateria e eu lá fui à oficina mais próxima onde costumo ir. Sou atendida, o senhor levanta o capô do carro, olha para a bateria, vê a data e diz: “Isto vai precisar de substituição de certeza. Tem oito anos, estas baterias só duram quatro ou cinco anos”.
Incrível como durou imenso tempo. Mas já estou a pensar na conta bancária a ficar mais magra. A fatura foram mais 260 euros.
Pumba! Num par de dias o carro já me estava a custar 560 euros. Fora gasolina, a inspeção, o UIC, o seguro que paguei no início do ano.
Quando era mais nova, esta despesa iria completamente por-me numa situação delicada. Hoje, estava preparada para assumir a despesa.
Foi um rombo no orçamento, mas estava preparada - porque poupo todos os meses
Muitos portugueses não conseguem fazer face a uma despesa inesperada. É verdade que os salários são baixos, mas é possível estar preparado. Eu estava preparada - porque faço o meu orçamento a pensar que os inesperados acontecem!
Esta situação é um perfeito exemplo de para que um fundo de emergência serve. É para isto que eu poupo todos os meses e tento não gastar tudo o que recebo. É nestas situações que eu pego no reembolso do IRS e meto uma parte de lado para “o que o futuro reserva”.
Quando comecei a trabalhar ganhava menos de 700 euros. Não consegui gastar muito porque não tinha. Quando comecei a ganhar mais, permiti-me a ir jantar fora e comprar coisas de que gostava.
Porém, não perdi esta ideia de que um dia cai uma despesa qualquer e tenho de estar preparada para a resolver e continuar com a minha vida.
Por isso adopto o mandamento de poupar sempre todos os meses, de forma disciplinada, sem exceções. Poupar e esquecer.
E passado uns tempos vejo quando dinheiro já poupei e posso usá-lo em emergências e a minha vida financeira continua.
Muitas pessoas sentem que precisam de motivação para poupar. Para mim, a motivação é esta. É poder resolver problemas sem contrair empréstimos. É levar um rombo e conseguir viver o resto do mês. É usar o fundo de emergência e recuperar aos poucos o valor que lá estava.
Lembra-te que os imprevistos aparecem quando menos esperas. Poupa todos os meses para no dia em que levares um susto, a tua vida financeira fica bem - ou melhor, para tu ficares bem!