Nota: o conteúdo neste artigo não é aconselhamento financeiro individual.
Ah o famoso fundo de emergência.
Mesmo que estejas a começar a desenvolver a tua literacia financeira já ouviste falar do fundo de emergência.
É que até as pessoas que falam de investimentos uma vez por outra já mencionaram este fundo.
É um fundo para miúdos ricos não é? Ou um fundo para investir e ganhar milhões? É o dinheiro debaixo de colchão?
🛌 Nada disso, o fundo de emergência é a tua almofada que te ajuda a dormir relaxada à noite
O teu fundo pode ser uma conta bancária com um valor que serve exactamente para responder às emergências da vida.
Algumas emergências podem ser um acidente que te afasta do trabalho e tens de pagar as contas; uma situação imprevisível de desemprego; uma doença chata; uma despesa do carro velho que afinal deu de si no meio da estrada; uma conta a pagar ao Estado que nem sabias que existia.
Cada um terá as suas emergências, assim põe o dinheiro que achas relevante para ti.
Se te deixa tranquila saber que tens 10 mil euros de lado para qualquer eventualidade, tudo bem. Se vives bem com 3 mil, ainda melhor. Tu decides o que te deixa confortável para lidar com as emergências.
👝 Começar com que valor?
O teu fundo não tem de ser uma mala. Podes procurar uma conta bancária com serviços mínimos para não pagar comissões; ou fazer um depósito a prazo que te dá alta flexibilidade para aceder quando um imprevisto acontece; ou outro instrumento financeiro.
Não é preciso dar-te juros elevados, porque o objetivo é que o valor seja rapidamente acessível.
Quando ao valor, és tu que decides.
Muitos gurus dos Estados Unidos indicam que o fundo de emergência deve ter 6 salários - isto porque se te acontecer alguma coisa, possivelmente demoras menos de 6 meses a arranjar um novo emprego.
Ou seja, se ganhas 900 euros por mês, o teu fundo de emergência será de 5400 euros. Podes querer por mais, ou por menos, deve ser adequado às tuas necessidades.
⚠️ Atenção: não confundir fundo de emergência com poupar para determinados objetivos!
Quando decidi ir a Nova Iorque em 2019, não olhei para ver quanto tinha no fundo de emergência para ir buscar esse dinheiro. Comecei uma nova poupança para uma das viagens mais caras da minha vida.
Todos os meses colocava um valor de lado e quando queria comprar alguma coisa, pensava: isto é para a viagem? Se não é, deixa para depois.
O meu fundo ainda existe, tem um valor muito aceitável que me permite dormir descansada e quando me apareceu uma despesa ao Estado, retirei de lá o valor e paguei. Depois, nos meses seguintes, coloquei algum dinheiro de parte para o fundo de emergência ter o valor inicial.
Podes mudar o valor do fundo ao longo da tua vida
Hoje podes achar que 3000 euros é suficiente e amanhã só estares descansado quando tiveres lá o dobro do dinheiro. Está tudo bem com isso.
Deves então adaptar os teus gastos e aumentar os valores da tua poupança mensal até atingires esse valor.
Faz o possível em nome da tua segurança financeira.
➡️ Como começar
Agora que já sabes para que serve, dá estes passos:
Pensa num valor para o teu fundo;
Define à partida as situações em que deves usar o fundo (se tiver algum problema com o carro, ou se tiver um problema de saúde, outras situações);
Vê que produto faz mais sentido para ti (nova conta bancária, um depósito a prazo no teu banco atual, um certificado de aforro dos CTT, etc);
Põe esse valor de lado e cria o teu fundo;
Se ainda não tens o valor, faz um plano mensal para colocares um valor de parte até teres o número mágico;
Podes continuar a colocar dinheiro no teu fundo, ou deixar de contribuir pois já chegaste ao valor que quiseres;
Quando utilizares dinheiro do fundo, re-avalia se fica como está ou elabora um novo plano mensal de entregas para chegares ao valor anterior.
Já tens um fundo de emergência? Se não tens, quando vais começar? Partilha nos comentário a tua experiência 👇🏾
Ola Rita sem dúvida, comigo abri uma conta wise que permite ter retorno de juros mensais só por ter o dinheiro lá bem mais vantajoso que bancos portugueses 😉