Recentemente passou o Dia Internacional da Mulher, para marcar as várias lutas e iniciativas que grupos de mulheres tiveram para alcançar direitos iguais.
Este ano estive em viagem, a minha cabeça esteve noutro sítio. Depois de aterrar, a entrar na rotina, pensei um pouco sobre o tema.
A cada ano que passa, são lançadas novas estatísticas que mostram que nem tudo está mal e que há um longo caminho a percorrer → aconselho a lerem o post da Lídia, “sobre o dia da mulher”, na newsletter dela sobre coisa nenhuma (que sigo religiosamente). É um excelente resumo.
Há sempre quem ache que não é preciso celebrar o dia porque os direitos estão conquistados.
As mais atentas não se esquecem do que acontece hoje, mesmo agora, em 2025, no Afeganistão: raparigas e mulheres estão a ver as suas liberdades sociais, económicas e políticas severamente limitadas. Em 1919 as mulheres podia votar, hoje não podem trabalhar, ir à escola, praticar desporto. Infelizmente, o tempo pode voltar para trás e por isso é que é importante juntos - de todos os géneros - colaborarem para que os direitos humanos cheguem a todos.
E isto leva-me a pensar na experiência que as mulheres têm com o dinheiro.
A vermos bem, as mulheres não eram donas do seu dinheiro há dois séculos atrás. Aliás, as mulheres não eram seres independentes que pudessem gerir-se a si próprias, pois eram propriedades dos pais ou dos maridos. Ou seja, não trabalham, não tinham o seu próprio dinheiro e, ainda assim, administravam uma casa com filhos e talvez com criados.
Andemos umas décadas à frente, mais concretamente há 50-60 anos atrás. A minha querida avó materna viveu 40 anos em ditadura e além das liberdades individuais estarem comprometidas, não podia viajar para fora do país sem autorização do marido.
E digo-te mais, podes ir àquele país que é o “exemplo” da democracia - os Estados Unidos - e só a partir de 1974 (sim, o ano do 25 de abril) é que as mulheres puderam pedir cartões de crédito em seu nome, sem considerar o seu estado civil. Há 50 anos, na maior economia do mundo, uma mulher para ter um cartão de crédito precisava da autorização do marido.
Hoje, solteira, casada, viúva, divorciada, eu, mulher, posso comprar um bilhete de avião com um cartão de crédito em meu nome, quando quiser.
O que vejo é que a relação com o dinheiro começou tarde.
Sem acesso a trabalho, propriedades, outros ativos e cartões de crédito, tivemos de aprender sobre a gestão do dinheiro em pouco tempo, sem conseguir acumular experiências de séculos, pois o acesso era vedado.
Ainda assim, começam a aparecer estudos a demonstrar as capacidades de mulheres investidoras - mais focadas no longo prazo e seguindo menos a especulação, há mulheres que conseguem fazer bons investimentos para si.
Esta nova informação não me surpreende. Tal como eu, deve haver imensas mulheres portuguesas que viram as competências de gestão das suas mães e avós que, muitas vezes com o pouco que tinham, conseguiam ter comida na mesa e dar uma educação.
Já percebeste por este testamento que este tema é muito querido para mim.
Sou fã de finanças pessoais e quero que cada vez mais mulheres falem de dinheiro, dominem os conceitos de poupança e investimentos, e que acumulem experiências para terem uma vida financeira saudável.
Quero que todos falem de dinheiro, e considerando que muitas mulheres ainda estão em desvantagem, é mesmo importante para mim participar em eventos como o Women & Wealth, organizado pela Portuguese Women in Tech.
Adoro a ideia de haver um espaço para falar destes temas e de se tratar o dinheiro por tu. Por isso é que vou estar presente no evento no Porto como speaker e tu também podes ir a este evento, com 20% de desconto usando o código que partilho contigo.
Os principais tópicos principais de discussão deste eventos, que vai acontecer a 22 de março, estão completamente integrados com alguns pontos que partilho contigo, tais como a evolução das Finanças na Vida das Mulheres e a compra de casa e crédito à habitação.
O dinheiro faz parte da minha vida, da tua vida.
Em vez de achar que é uma coisa feia, prefiro conhecer as regras do jogo para também jogar - e talvez, quem sabe, poder melhorar o jogar para o futuro.
O primeiro passo pode ser aprender mais sobre o tema e falar com outras pessoas. Conto contigo, lá?
Detalhes do evento
Usa este link com 20% de desconto para comprar bilhetes - o bilhete inclui refeições.
Data: 22 de março (sábado)
Hora: começa às 10h
Local: Blip, Porto (Avenida de Camilo, 94)
É um dos temas mais importantes, n minha opinião, pelo menos no nosso contexto. Há muito medo de falar em dinheiro, muitas mulheres que não são capazes de se sustentar sozinhas, e isso contribui para ficarem presas a relações abusivas. Acontecia muito na geração das nossas avós, das nossas mães, e acredito que continua a acontecer (espero que cada vez menos!). Obrigada pela referência 💜